A importância de contar uma aventura essencial e humana.
História que cativa e ensina.
Procurando Nemo (Finding Nemo), animação de aventura e comédia dramática, fez 22 anos.
Por que isso importa?
(25 de agosto de 2025 - Reportagem de José Santhiago)
"Procurando Nemo" segue relevante com aventura e lições sobre amadurecimento
Lançado há mais de duas décadas, em 2003, "Procurando Nemo" continua sendo uma das animações mais queridas da Pixar por uma razão simples: sua história é uma aventura inesquecível.
O filme acompanha a jornada de Marlin, um peixe-palhaço medroso e superprotetor, que precisa cruzar o oceano para encontrar seu filho desaparecido, Nemo.
Nessa missão quase impossível, ele conta com a ajuda de Dory, uma peixinha azul com perda de memória recente que garante momentos hilários e emocionantes, ensinando que, às vezes, é preciso confiar e deixar quem amamos seguir seu próprio caminho para crescer.
O que talvez nem todos saibam é que o sucesso do filme foi um verdadeiro fenômeno, resultado de uma produção super dedicada. Para garantir o realismo do mundo marinho, os animadores chegaram a fazer cursos de biologia e oceanografia. O esforço valeu a pena: a animação foi um estouro de bilheteria, arrecadando mais de 871 milhões de dólares globalmente, e foi aclamada pela crítica. O reconhecimento máximo veio em 2004, quando "Procurando Nemo" levou o Oscar de Melhor Animação, o primeiro da história da Pixar, marcando para sempre seu lugar na cultura pop.
Destaque para o fato de que a pré-produção começou em 1997, seis anos antes do lançamento do filme. A inspiração para o enredo surgiu de múltiplas experiências de Stanton (Diretor), incluindo a paternidade e suas lembranças de idas ao dentista na infância, ocasiões em que ele ficava admirando o aquário do consultório e presumia que os peixes queiram voltar para o oceano. A realização da animação como filme foi iniciada em 2000, após intensa preparação dos animadores a fim de garantir que os movimentos dos animais no filme parecessem autênticos.
Imagem promocional
Procurando um encontro (de José Santhiago, em 31/08/2025)
Ao pensar em histórias, buscamos viver a experiência humana do outro em todas as possibilidades. Sentimentos e energia daqueles que conhecemos apenas por ouvir falar. Toda história fascina e entretém. Quanto mais emocionante mais representa a energia e o desprendimento perante a vida. É o que acontece com a aventura "Procurando Nemo", filme em formato de animação que fez plateias chorarem e rirem pelo mundo.
Nemo é um intrépido jovem, aberto a descobrir o mundo, cheio de ânsia para ver e aprender coisas novas. Ele cai em uma cilada. Torna-se cativo. Sequestrado, ele é afastado do seu pai, dos amigos e do seu meio. A partir de sua nova situação como prisioneiro, inicia sua aventura pessoal de autoconhecimento.
Seu pai, sob o impacto da perda recente da amada e dos demais filhos, se vê atônito com a nova realidade. Deve cuidar e preparar Nemo para a vida. Ao mesmo tempo, sabe que perigos são reais para o jovem. Sente medo e se assusta com a possibilidade de uma nova perda, a do filho curioso e inexperiente. Vê ameaças em todos os lugares. Após o sequestro de Nemo, seu pai inicia uma aventura cheia de obstáculos à procura do filho. Tem que resgatá-lo. São duas vidas que se separam fisicamente (as de Nemo e de seu pai) mas se identificam, pois ambas dão início à experiência do amadurecimento visando compreender melhor a importância da família, da confiança e da amizade.
A animação nos indica que a conquista sobre os obstáculos, grandes ou pequenos, de cada dia e de cada fase da vida, vai construindo a ideia de quem somos, vai definindo nosso caráter e moldando nossa visão de mundo e nossos valores, tal qual acontece com os personagens.
Há na aventura o apelo ao companheirismo desinteressado, exemplificado pela relação tumultuada entre Marlin (pai do Nemo) e sua amiga Dory. De um lado, ansiedade extrema. De outro, paciência, resiliência e a certeza de que tudo acabará bem.
Nemo, Marlin e Dory bem que poderiam ser encontrados em cada família que conhecemos. Refletem o fato de que, quando mantemos a fé em um mundo como lugar em que vale a pena viver, somos fortes e podemos enfrentar quaisquer adversidades, mesmo aquelas do tamanho de um oceano.